sábado, 17 de setembro de 2011

ORIENTAÇÃO FAMILIAR

VISÃO PSICOSSOMÁTICA SOBRE O CÂNCER



Por: Iara da Silva Machado

“A doença é um sinal de que o corpo não está em paz.” Bob Proctor (Filósofo)

Para entendermos o câncer é muito importante que raciocinemos em termos analógicos. Precisamos nos tornar plenamente conscientes do fato de que toda entidade perfeita que percebemos ou definimos (ou seja, um todo entre outras totalidades) é por um lado parte de um todo maior e, ao mesmo tempo, compõe-se de todos menores. Assim sendo, por exemplo, um bosque (como um todo definido) não só faz parte de um todo maior (a zona rural), mas é também constituído de muitas árvores (todos menores). O mesmo vale para cada árvore isolada. Ela não só faz parte da floresta, como também é composta por tronco, raízes e copa. A relação entre o tronco e a árvore é a mesma entre a árvore e o bosque, ou entre o bosque e a zona rural em que está.
Cada um de nós é parte da raça humana, e ao mesmo tempo consistimos em órgãos que não só não fazem parte de um ser humano, como simultaneamente são feitos de uma multiplicidade de células, as quais por sua vez são parte do próprio órgão. A raça humana espera que cada um de nós se comporte da melhor forma possível como indivíduos a fim de servirmos ao desenvolvimento e à sobrevivência da humanidade como um todo. Cada um de nós, por sua vez, espera que seus órgãos funcionem com perfeição no interesse de sua sobrevivência como ser humano. E o órgão espera que suas próprias células cumpram seu dever no que se refere à sua sobrevivência.


Dentro dessa ordem hierárquica, que pode ser estendida ad infinitum em ambas as direções, cada ser é um todo (seja uma célula, um órgão ou um ser humano) numa situação de conflito constante entre seu tipo específico de vida por um lado, e sua subordinação aos interesses da entidade hierarquicamente superior, por outro. Cada organismo complexo (humanidade, Estado, órgão) tem seu funcionamento organizado de tal modo que suas partes cheguem tanto quanto possível à idéia comum e trabalhem em seu benefício. Todo sistema pode normalmente enfrentar o fracasso de algumas de suas partes constituintes, sem pôr em risco o todo. No entanto, existe um limite além do qual a existência em si passa a correr perigo.


Sendo assim, um Estado pode sair-se bem mesmo que alguns cidadãos se recusem a trabalhar ou se comportem de modo anti-social, revoltando-se contra ele. Se, no entanto, este grupo de elementos subversivos aumentar muito, pode acabar com um tamanho que passa a ameaçar a existência contínua do todo. Como é natural, o Estado devotará bastante tempo à tentativa de se defender desse desenvolvimento, combatendo em nome da própria existência.


Se essa tentativa falhar, seu colapso é inevitável. A abordagem mais promissora seria fazer os dissidentes voltarem a tempo para o grupo, oferecendo-lhes oportunidades irrecusáveis de cooperar com um trabalho que visasse um objetivo comum. A longo prazo, contudo, o método habitualmente usado pelo Estado é eliminar de forma radical seus desafetos. Tal estratégia dificilmente dá certo, visto que a reação com toda probabilidade levará ao caos. Do ponto de vista do Estado, as forças da oposição são inimigos perigosos cujo único objetivo é destruir a “velha e boa organização” a fim de disseminar a desordem.


Embora perfeitamente justo. Esse modo de analisar os fatos peca pela sua unilateralidade. Se perguntássemos a opinião dos anarquistas ouviríamos argumentos muito diferentes e bastante justificáveis do seu ponto de vista. O certo é que não se identificam com os objetivos e as pretensões do Estado, porém apresentam pontos de vista e interesses opostos que gostariam de verem concretizados. O Estado exige obediência; tais grupos querem liberdade para realizar seus próprios ideais. Podemos entender ambos os lados, no entanto não é fácil concretizar os interesses das duas facções sem que ao mesmo tempo haja uma espécie de sacrifício.  


A intenção destas linhas não é de forma alguma desenvolver qualquer teoria política ou social, mas antes de apresentar o câncer num outro nível, tentando ampliar o ângulo de visão geralmente restrito com que é analisado. O câncer não é um acontecimento isolado que só aparece nas formas cancerosas; ele é igualmente encontrado com freqüência em processos bastante diferenciados e inteligentes que também dão trabalho aos homens em outros âmbitos da vida. No caso de quase todas as outras doenças vemos uma tentativa do corpo para lidar com a dificuldade funcional através da adoção de medidas adequadas. Se tem sucesso, falamos em cura (que pode ser mais ou menos perfeita). Se o corpo não tem êxito e seus esforços para debelar a doença são frustrados, falamos em morte.


Mas, no caso do câncer, vemos algo essencialmente diferente: o corpo assiste como um número crescente de suas células muda de comportamento e, através de uma participação ativa, iniciam um processo que por si mesmo não leva a nenhum resultado, mas que de fato descobre seus limites no esgotamento do hospedeiro (solo nutritivo). A célula cancerosa não é, como por exemplo, as bactérias, ou vírus ou as toxinas, algo que vem de fora, pondo em risco o organismo; ela é uma célula que até então estava a serviço do órgão e assim atendia ao organismo como um todo proporcionando-lhe a melhor chance de sobrevivência possível. Mas, subitamente, sua orientação se modifica e ela abandona a identificação comum. Ela começa a desenvolver e concretizar objetivos próprios sem a menor consideração pelas demais células. Ela encerra a sua atividade habitual, ou seja, a sua função específica dentro de um órgão, e coloca seu próprio desenvolvimento em primeiro plano. Ela não se comporta mais como um membro do ser vivente multicelular, porém regride a um nível primitivo de existência, como célula isolada na evolução histórica. Rompe sua união com a comunidade celular e, a partir daí, espalha-se com rapidez e indiferença através de uma divisão caótica, desrespeitando os limites morfológicos (infiltração), e construindo por toda parte seus pontos de apoio (metástases).


Nosso todo racional é igual ao da célula cancerosa.


O câncer representa uma grande oportunidade para descobrirmos nossos próprios erros de pensamento e enganos. Façamos então uma tentativa para localizar os pontos fracos do conceito que usamos para definir o câncer como uma imagem do mundo. Em última análise, o câncer se vê diante da pedra miliária representada pela polaridade “eu ou a sociedade”. Este “ou...ou” é tudo que ele consegue ver e, assim sendo, resolve buscar a sobrevivência por conta própria, à revelia do seu meio ambiente, e acaba por descobrir tarde demais que de fato depende dele. Na verdade ele carece de toda percepção da unidade maior, todo-abrangente. Ele considera a unidade somente em termos do seu próprio delineamento. Essa incompreensão, ou compreensão equivocada da unidade, é compartilhada por seres humanos e tecido canceroso. Também nós nos dividimos mentalmente, também nós damos origem à divisão entre o “eu” e o “tu”, sem compreender a futilidade de pensar em termos de “unidades”. A unidade e a unicidade são a essência de tudo o que existe: fora dessa existência não há nada. Dividir a unidade em pedacinhos faz com que obtenhamos a diversidade; esta, porém é o que, em última análise, se junta para formar uma unidade.

O místico islâmico Rumi define a questão na bela história que passamos a narrar:

Um homem aproximou-se da porta da casa de sua amada e bateu.

Uma voz lhe perguntou:

- Quem está aí!
- Sou eu  -  ele respondeu.
A voz então disse: - Aqui não há lugar suficiente para mim e para você. 
- E a porta ficou fechada.
Depois de um ano de solidão e de castidade, o homem voltou e bateu à porta.
- Quem está aí! - perguntou uma voz.
- É você - disse o homem. 
- Dessa vez a porta se abriu para ele.


Não podemos salvar o nosso eu, só podemos nos desapegar dele: neste caso, estamos salvos. A filosofia hermética nos ensina que o microcosmo é igual ao macrocosmo. Todavia, a célula cancerosa, tal como os homens acredita num exterior independente dela. Essa crença é mortal. O antídoto para ela chama-se amor. Quem ama sente o que acontece à pessoa amada como se acontecesse consigo mesmo. Ao mencionar o amor não estamos nos referindo a um pseudo-amor sentimental, mas àquele estado de consciência que de fato capta algo da unidade de tudo o que existe, e não aquele comportamento, bastante freqüente, no qual tentamos compensar os sentimentos inconscientes de culpa devido à agressividade reprimida por meio de “boas ações” ou de uma devoção exagerada aos animais. O câncer não mostra o amor vivido; o câncer é um amor pervertido!


O amor vence todas as barreiras e limitações. No amor se unem e se fundem todos os opostos. Amar é tornar-se uno com o todo; o amor se expande para tudo e não se detém diante de nada. O amor não teme a morte, pois amar é viver. Quem não vive esse amor na consciência corre o risco de ver seu amor vincular-se à materialidade, tentando nesse âmbito fazer valer as leis que também regem o câncer.


A célula cancerosa vence todas as fronteiras e limites. O câncer elimina a individualidade dos órgãos. A célula cancerosa não teme a morte.


O câncer é o amor num nível equivocado. O câncer é o sintoma do amor mal compreendido. O câncer só sente respeito pelo amor verdadeiro. E o símbolo do amor perfeito é o coração. E objetivamente o coração é o único órgão que não pode ser atacado pelo câncer!

CÂNCER NA PRÓSTATA


“Pensamentos são energias; pensamentos geram sentimentos. A energia é algo que sempre existe, não pode ser destruída, está dentro e fora da matéria. Somos um campo de energia! Você atrai tudo na vida, tudo! Bom ou ruim, tudo.”
Joe Vitale (Metafísico) e James Arthur Ray (Filósofo).


No plano corporal a próstata é a guardiã do limiar da segunda metade da vida, armazenamento de esperma, relacionada aos órgãos sexuais, e a polaridade da reprodução.
No plano sintomático o aumento da próstata refere-se a destruição agressiva de dentro para fora, promovendo a degeneração no âmbito do sistema de abastecimento do esperma, comprometendo o influxo dos hormônios masculinos.


O que desencadeia este tumor é o conflito freqüentemente desagregador no âmbito sexual, tamanho é o afastamento da linha de desenvolvimento que lhe é própria que o corpo proporciona ao tema esquecido e reprimido uma irrupção. O bloqueio anímico no campo sexual foi tão severo que se encarna no corpo de modo desordenado. O câncer realiza corporalmente na próstata o que seria animicamente necessário no âmbito da consciência: o crescimento ofensivo das glândulas para o abastecimento de esperma visando à preparação do meio de escoamento necessário.


O tratamento psicossomático para este tipo de câncer é pôr radicalmente em questão os hábitos e tradições antigos e ultrapassados que de um modo geral digam respeito à parte masculina da reprodução e da sexualidade; e, se for o caso, destruí-los; abrir-se no âmbito da masculinidade e da fertilidade para suas próprias representações extravagantes e fantasias audaciosas, deixar que prosperem e expandam-se corajosa e livremente; deixar brotar seus próprios impulsos criativos de crescimento, cuidando para que as coisas fluam livremente; recordar antigos sonhos e seus objetivos, desejos e idéias de erotismo e amor (voltando a) vivenciá-los e transformá-los de maneira bravamente resoluta; com a segurança de quem não tem nada a perder, criar coragem para empreender a realização de seu próprio caminho; tirar do corpo o impulso de crescimento e conduzi-los a planos redimidos, considerando todas as medidas.


A remissão do câncer de próstata pede o romper com as idéias antigas e realmente estranhas ao próprio ser no âmbito afetado da reprodução e da sexualidade, para lutar aberta e ofensivamente pelo seu próprio caminho de vida e pelo sentido da vida. Proporcionar expressão no âmbito anímico-espiritual em vez de deixar o corpo falar por si, reconhecer a necessidade de passar do nível corporal, e por isso mesmo perigoso à vida, para o nível de consciência de alma (não material) e desafiador, mas que nos salva a vida, e neste último, apostar num crescimento expansivo quanto ao âmbito afetado; descobrir o amor sem fronteiras, deixando de se importar com qualquer determinação estranha e normas estabelecidas por si mesmo ou por outrem, comprometendo-se apenas a viver a mais alta das leis e expressar-se nela: os afetos internos e legítimos do ser, na capacidade de amar e doar-se na vida.


A cobertura do princípio original é: Afeto (Lua)- Agressividade ofensiva (Marte) – Transformação e mudança (Plutão)
.

Logo, a mensagem original do câncer pode ser sintetizada na capacidade que o ser humano tem de imaginar a vida, criando o prazer ou desprazer enquanto fontes de gratificação e punição, respectivamente.


O físico Albert Einestein descreveu a função psicológica superior do ato de imaginar assim:

“A imaginação é tudo, é a prévia das próximas atrações da vida!”

Então, escolhamos imaginar: saúde integral.

 

Iara da Silva Machado. CRP13-2262.
Especialista em Psicologia Clínica; Psicoterapeuta em Análise Bioenergética; Psicóloga Transpessoal; Especialista em Infância e Adolescência; Especialista em Atendimento a Pessoa Portadora de Surdez; Terapeuta Psicorporal de Dependentes Químicos; Formação pela Woolger Trainer Brazil no método DMP – Deep Memory Process (Processo de Memória Profunda) com o Roger Woolger Ph.D 


Fonte Bibliográfica:
- A Doença como Símbolo. Rüdiger Dahlke. Editora Cultrix.
- A Doença como Caminho. Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke. Editora Cultrix.




Nenhum comentário:

Postar um comentário