segunda-feira, 26 de setembro de 2011

AMOR DE PAI

Por Iara da Silva Machado

Pai pode ser que daqui a algum tempo haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...
Pai senta aqui que o jantar está na mesa
Fala um pouco sua voz está tão presa
Nos ensina esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...
Pai você foi meu herói, meu bandido
Hoje é mais muito mais que um amigo
Nem você, nem ninguém está sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai...Paz!

Esses trechos retirados da música intitulada PAI, do cantor e compositor brasileiro Fábio Júnior traz uma reflexão interessante sobre os caminhos que percorrem a mente humana quando se trata do arquétipo do PAI.
A figura de pai na cultura ocidental tem uma forte relação com a segurança, o reconhecimento pessoal, a força de impulso para construções pessoais e sociais e naquilo que se denomina realização: o indivíduo realizado intelectual, material e afetivamente.
A carga emocional de responsabilidades atribuídas à figura paterna é alta, mas nessa letra de música o autor desmistifica a imagem do pai poderoso e infalível, para um ser humano com limitações e potencialidades.
Quando o pai é um herói?
Quando um pai é um bandido?
Na simbologia psíquica o Herói é aquele que salva, protege e acerta sempre. É a representação do BEM, o Bandido é aquele que maltrata, afeta negativamente e erra sempre. É a representação do MAL. O problema da simbologia é o extremismo do sempre. Ora, não há uma só pessoa no mundo que possa afirmar sem correr o risco de errar de que alguém possa ser completamente bom ou completamente mau.
O convite reflexivo para avaliar o lugar do pai na vida humana, sobretudo nas fases de infância e adolescência é de ajudar esses pequeninos a reconhecerem a humanização do PAI, dar para esses homens um lugar mais próximo da verdade: seres que erram e acertam; portadores de sentimentos e emoções positivas e negativas e, sobretudo que apesar de amarem os filhos, haverá momentos em que fatalmente irão decepcioná-los, simplesmente por serem aprendizes da vida como qualquer pessoa.
Se exercitarmos essas possibilidades, poderemos suavizar as cobranças de ambos os lados nas famílias, no pólo dos filhos e no pólo dos pais: isso se resume em aceitação. Treinar essa compreensão para que o fluxo de amor do pai possa manifestar-se de modo mais leve e, portanto mais livre.
Que os pais possam permitir que os filhos lhes vejam nos campos da emoção e da razão, construindo intimidade para que a amorosidade faça parte do cotidiano familiar, favorecendo mais proximidade e convivências mais alegres.

Para o site: criancapb.


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