terça-feira, 27 de setembro de 2011

CURIOSIDADE JUVENIL: UMA ARMADILHA PSÍQUICA PARA O USO DE DROGAS

Iara da Silva Machado
O ser humano vive várias fases de desenvolvimento ao longo da sua existência, desde a vida intra-uterina até a terceira idade, muitos lutos físicos, emocionais e mentais se processam e interferem em diversos contextos de atuação da pessoa, do familiar, afetivo, social, educacional, ambiental, econômico, cultural até o religioso.
Nesse processo muitos pais e cuidadores se preocupam com o crescimento do filho, a partir da resposta de rendimento escolar, ou seja, o âmbito educacional é maximizado, esquecendo-se muitas vezes de avaliar e analisar os outros contextos, isto é, o todo.
Içami Tiba, médico psiquiatra e psicoterapeuta, no seu livro intitulado: Adolescentes - Quem Ama, Educa, chama à atenção para o exercício de perceber que o adolescente estagia numa fase que metaforicamente poderia ser comparado aos “monumentos de deuses com pés de barros; chega à água, e os vai desmoronando”.
O adolescente é uma pessoa com uma personalidade não amadurecida, daí a prepotência do período juvenil, ele ainda não distingue bem entre a palma da mão e os dedos. Muitas vezes ele acha que o dedo vale mais que a palma da mão: é quando um detalhe – um dos dedos – acaba com o todo.
A curiosidade é um atributo do ser humano e naturalmente é importante para a evolução da espécie, mas ela pode ser também instrumento de queda moral, com conseqüências desastrosas para toda uma vida.
Deusimar Guedes, advogado e psicólogo social, em seu livro DROGAS: Problema meu e seu, traz a informação de que a faixa etária mais atingida pelas drogas é exatamente aquela compreendida entre os 12 (doze) aos 30 (trinta) anos de idade; embora nos últimos tempos existam muitos casos de crianças se envolvendo com essas substâncias. Ele ainda afirma que a maioria desses jovens são levados as drogas por simples curiosidade ou influência do grupo a que pertencem.
Ainda afirma que a curiosidade é muito aguçada nos jovens. É um processo natural nesta faixa etária. E quando esta curiosidade direciona-se no sentido de se sentir impulsionado para experimentar o efeito ou sensações provocadas pelas drogas, muitas vezes o jovem é levado ao uso abusivo ou até mesmo à dependência. Infelizmente, embora seja certo afirmar que ninguém usa droga com a intenção de se tornar um dependente, muitos são traídos pelo próprio organismo que poderá ter uma pré-disposição genética à dependência, haja vista que de “12% a 15% da população mundial é fisicamente predisposta à dependência química da quase totalidade das drogas” (Guedes citando Vespucci, 2009).
Logo, se faz urgente que a família assuma o seu papel primordial de orientadores de almas para que a droga com todo seu atrativo inicial, de prazer efêmero e profundas ilusões de poder e liberdade, não atinjam os nossos lares, pois que na atualidade a oferta variada de inúmeras substâncias psicoativas que provocam dependência física, psicológica e social não vem de estranhos e indivíduos marginalizados, no mais das vezes, são oferecidos por amigos e afetos próximos e de total confiança.
Se os pais não buscarem um caminho para o diálogo franco, saudável e freqüente com seus jovens, a fim de estabelecerem contínuo processo de confiança e amor, correrá o risco de está delegando esses cuidados a terceiros que aguçando a curiosidade natural do adolescente poderá envolvê-lo numa armadilha psíquica sem volta à luz de uma vida com plenas possibilidades de realização e relativa felicidade.

Pensemos nisso!


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