sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ORIENTAÇÃO FAMILIAR - DESAFIOS DO ADOLESCER






A adolescência é o período onde muitos pais descobrem a individualidade dos filhos, e estes por sua vez, se descobrem como seres a parte dos seus pais.
Neste marco do reconhecimento de não pertencer mais ao “mundo de sonhos e fantasias” da infância e ainda não está inserido no “mundo experiente” do adulto, a orientação é o roteiro para a aquisição dos valores morais para uma caminhada responsável, e esta orientação deve partir primeiramente dos pilares da confiança do sujeito adolescente que são seus pais, como primeiros educadores que são do filho sadio, e primeira ponte de afeto e de amor que se pode ter no processo contínuo da vida.


É fundamental, lembrar-se que entre os 11 e 21 anos de idade, em média, as transformações físicas e psíquicas são profundas, por estarem vinculadas ao processo de desenvolvimento fisiológico, filosófico e psicológico, tais processos são sutis, e podem causar seqüelas indesejáveis e sérias, se nessa fase, o sujeito não obtiver orientações sexuais, afetivas, religiosas, cognitivas (quanto ao uso e abuso de substâncias psicoativas – drogas e outros atrativos da sociedade sem limites). Orientações estas necessárias para a validação dos conceitos íntimos que formarão a estrutura do homem e do cidadão. É assim que o diálogo profícuo, sincero e realístico é o grande colaborador nesse processo, porém não deve ser permeado pelas culpas e punições das histórias domésticas dos próprios pais, pois que enveredando pelos dolorosos caminhos dos conflitos íntimos pessoais contaminarão a possibilidade de êxito, seja por excessiva permissividade ou pelo autoritarismo intransigente radical, em detrimento da conversação edificante.



Termos como “não reprovo o filho porque isso que ele faz hoje eu já fiz no passado”, são conceitos ultrapassados e verdadeiramente dispensáveis no momento de educar na atualidade. 
O exemplo que deve ser repassado aos filhos são os que construirão por si mesmo edifício de valor ético-moral que mesmo não vivenciado previamente pelos pais, sabe-se a importância de ter-lhe faltado a si mesmo; dando maior sentido a orientar o filho por sentir a ausência daqueles informes na própria vivência pessoal, a as dores que tais omissões podem ter provocado.


Advém daí questionamentos quanto ao princípio que nos indica que o adolescente contesta aquilo que é dito, pregado, mas não praticado na intimidade da família. Tal assertiva confere, porém aqui fique claro que o discurso deve ser sempre verdadeiro, e a verdade em vários casos pode necessitar uma boa qualidade na relação de confiança e um quanto de humildade para admitir aos filhos que como pais também falhamos, posto que se é igualmente imperfeito e aprendiz, porém tais falhas não impedem a estes, a responsabilidade de pontuar os caminhos que conhecem como mais benéficos, oportunizando aos filhos a escolha consciente do que desejam para si mesmos.



Assim os pais assumem a responsabilidade de orientar no que é necessário, sem culpas ou raivas subjacentes, valendo-se do sentimento parental que os une; e os filhos assumem a responsabilidade de estarem sendo orientados e de poder refletir sobre o que desejam para si, não buscando em caminhos ou instrumentos artificiais como drogas lícitas ou ilícitas, sexo precoce ou promíscuo, atitudes agressivas ou violentas, rebeldia, isolamento, e outros, desculpas inexperientes para chamar sobre si a atenção daqueles que são seus verdadeiros alvos de desejo, cuidado, respeito e amor: os pais.


Quando pais e filhos descem dos pseudo-pedestais e ascendem à união sincera e fraterna, unificam mentes e corações, sem máscaras sociais irrelevantes à construção do cidadão e do ser humano, estão contribuindo eficazmente para o bem estar social e a sanidade moral daqueles que são alvos do sentimento nobre do amor que habita o interior de cada um de nós.


Reconheça-se e respeite as necessidades reais de cada ser e estar-se-á contribuindo para a marcha evolutiva senão da sociedade, pelo menos, da travessia dos portões da nossa própria casa.


Siga-se refletindo no que mecânica e automaticamente chama-se família e acrescente-se a força do sentimento amoroso para confiar mais no que chamamos laços de família.



Iara da Silva Machado
Psicóloga Clínica Especialista em Infância e Adolescência
Psicoterapeuta em Análise Bioenergética e Transpessoal
Especialista em Atendimento a Pessoa Surda e
Orientação a Usuários Abusivos de Drogas.

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