domingo, 26 de setembro de 2021

SOMATOPSICODINÂMICA TERCEIRO NÍVEL - PARTE IV

O terceiro nível, pescoço e tórax alto mais os dois anteriores, boca e olhos, ouvido e nariz compõem o conjunto de níveis que chamamos de pré-genitais.

A neuropsicologia atribui ao mamífero humano três instintos: o sono, a fome e o sexo. É a expressão do instinto de conservação, localizado exatamente no pescoço.

Ao incluir a parte superior do tórax no nível do pescoço, reconhecemos o que Reich afirma na análise do caráter, que o trabalho com o pescoço afrouxa a couraça do quarto e quinto níveis, e que não se pode desbloquear um nível após o outro, isolando-os de maneira mecânica.

É uma região anatomicamente importante, pois aí se encontram as artérias carótidas e as veias jugulares, destinadas ao transporte de sangue entre o coração e o cérebro, as vias nervosas que fazem a união entre a cabeça e o resto do corpo, o inicio do aparelho digestivo (faringe, esôfago), do aparelho respiratório (laringe, traqueia e pulmões) e o próprio coração. Além do mais, aí se encontram várias glândulas vitais: a tireóide, as paratireóides e o timo.

Do ponto de vista anatômico o comprimento do pescoço é constante, mesmo quando a morfologia faz pensar que existem variações, pescoço grosso ou fino, longo ou curto, que na verdade, são devidas as tensões dos músculos que ligam as vertebras cervicais as clavículas e as omoplatas.

O bloqueio energético do terceiro nível afeta praticamente todos os indivíduos. O excesso de defesa narcísica provoca um refluxo de energia para o alto, ou seja, para os dois primeiros níveis, o que leva a comportamentos paranoides. O narcisismo nasce com a exploração do corpo e da sensação de prazer experimentada , graças as mãos, no auto-erotismo.

A limitação dos movimentos de pescoço repercute na maneira como o individuo olha ao seu redor, forçosamente limitada, o que o faz perder de vista o conjunto em favor do detalhe e o conduz a posições egoístas.

As psicopatologias e biopatias de pescoço incluem:

  • Complexo de inferioridade.

  • Torcicolos.

  • Contração espasmódicas.

  • Perturbações dos escalenos.

  • Artrose cervical.

  • Ginecomastia.

  • Neurose narcísica.

  • Hipertireoidismo.

  • Hipotireoidismo.

  • Inflamações do miocárdio.

  • Patologias coronárias.

  • Angina do peito.

  • Enfarto do miocárdio. 

O bloqueio do pescoço se instala muito precocemente em algumas crianças, provocando um problema de postura que pensamos estar na origem das escolioses. Notemos que é preciso considerar a escoliose não como uma doença em si, mas como um sintoma, onde o escoliótico foi obrigado a se curvar, se torcer, e se deformar para conseguir adaptar-se. 

O tórax é uma cavidade delimitada por paredes e aberta, na parte superior, onde se liga ao pescoço. Nele se encontra a maior parte do aparelho respiratório: traqueia, brônquios e pulmões.

A respiração é um meio de comunicação e de expressão independente da palavra: a tristeza diminui a profundidade da respiração, o prazer a aumenta. Os ansiosos respiram superficialmente, irregularmente, prolongando a inspiração às custas da expiração, sempre incompleta. As emoções influenciam respiração, é comum ver-se uma respiração entrecortada de suspiros no caso de angustia, uma dificuldade para respirar em caso de medo, ou ainda, uma sensação de sufocamento ou de opressão torácica.

Os actings que possibilitam o desbloqueio do pescoço e do alto do tórax se baseiam no relaxamento dos músculos do pescoço e dos ombros, bem como no restabelecimento funcional dos braços e das mãos em sua expressividade funcional.



Fonte: A Somatopsicodinâmica. Federico Navarro. Summus Editorial.  







 

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