Iara da Silva Machado
A fase infantil é um período do desenvolvimento humano onde a
relação afetiva doméstica familiar tem papel preponderante, pois através da
vivência da criança com os pais, ela passa a reconhecer valores, crenças,
regras e normas de convivência social que auxiliam no processo de maturação da
socialização secundária posterior, na escola e na comunidade em geral.
Além desse primeiro passo do desenvolvimento que inclui as
manifestações de carinho, atenção e afeto positivos que contribuem para a
formação da personalidade nos âmbitos da aceitação, independência, autonomia e
senso de valia, fatores proeminentes para uma boa auto estima na fase adulta,
existem ainda os elementos que envolvem o desenvolvimento físico motor e
emocional que são sensíveis as experiências corporais, de tal modo, que a
estrutura infantil não comporta demandas ostensivas de obrigações e deveres
sociais.
O cérebro infantil é naturalmente programado para receber
proteção, apoio, afeto, e através dos brinquedos e do ato de brincar, ir aos
poucos amadurecendo funções psicológicas superiores, tais como a atenção,
concentração, memorização, expressão espontânea, capacidade de liderança,
cooperação, segurança pessoal e confiança social, e é relevante informar que todos
esses fatores podem ser contaminados se a criança for exposta precocemente a
riscos e danos sociais.
O trabalho infantil é uma violência contra a criança, porque
é exigido dela atividades físicas, emocionais e mentais das quais a sua
estrutura não está apta a responder.
A falta de maturidade orgânica e emocional na infância expõe
a criança que tem que atender prematuramente a exigências de trabalhos, a
também precocemente ter que lidar (em vários casos) com assédios físicos e
morais, muitas vezes corrompendo os direitos legais que são a segurança em
família, o aprendizado escolar, a socialização, entre aqueles que estão na
faixa etária semelhante, havendo o desfavorecendo do bem estar.
Os danos para o desenvolvimento podem ser irreversíveis se a
criança viver o trabalho infantil a níveis exploratórios pelos pais, pois junto
ao crime de retirar da criança o direito de viver a infância, ainda é acrescido
o registro psíquico de que os causadores do dano são os próprios pais, isto é,
aqueles que deveriam protegê-la e ama-la.
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