segunda-feira, 26 de maio de 2014

OS ORIXÁS E OS MITOS

Na África, a maioria dos orixás merece culto limitado a determinada cidade ou região, enquanto uns poucos têm culto disseminado por toda ou quase toda a extensão das terra iorubás.
Dos orixás femininos temos NANÃ, a guardiã do saber ancestral, que participa com outros orixás do panteão da Terra, do qual uma antiga divindade, Onilé, ainda recebe em velhos candomblés uma cantiga ou outra em ritos de louvação dos antepassados fundadores da religião. Onilé, a Mãe Terra, é a Senhora do planeta em que vivemos. NANÃ é a dona da lama que existe no fundo dos lagos e com a qual foi modelado o ser humano.
EUA é orixá feminino das fontes, preside o solo sagrado onde repousa os mortos.
OIÁ ou IANSÃ dirige o vento, as tempestades e a sensualidade feminina. É a Senhora do Raio e soberana dos espíritos dos mortos, que encaminha para o outro mundo.
OBÁ dirige a correnteza dos rios e a vida doméstica das mulheres, no contínuo fluxo do cotidiano.
OXUM preside o amor e a fertilidade, é a dona do ouro e da vaidade e Senhora das Águas Doces.
IEMANJÁ é a Senhora das Grandes Águas, mãe dos deuses, dos homens e dos peixes. Aquela que rege o equilíbrio emocional e a loucura, talvez o orixá mais conhecido no Brasil.
É uma das mães primordiais e está presente em muitos mitos que falam da criação do  mundo.
O culto de Iemanjá na África está associado ao Rio Níger, no âmbito das celebrações as mães primordiais, as Ia Mi Oxorongá, literalmente, as nossas mães ancestrais, donas de todo conhecimento, representantes da ancestralidade feminina da humanidade. Associado ao culto das mães primeiras encontramos duas divindades infantis muito festejadas no Brasil, os gêmeos Ibejis, os orixás crianças que presidem a infância e a fraternidade, a duplicidade e o lado infantil dos adultos.


Fonte: Mitologia dos Orixás. Reginaldo Prandi. Companhia das Letras.

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