Na África, a maioria
dos orixás merece culto limitado a determinada cidade ou região, enquanto uns
poucos têm culto disseminado por toda ou quase toda a extensão das terra
iorubás.
Dos orixás femininos
temos NANÃ, a guardiã do saber ancestral, que participa com outros orixás do
panteão da Terra, do qual uma antiga divindade, Onilé, ainda recebe em velhos
candomblés uma cantiga ou outra em ritos de louvação dos antepassados fundadores
da religião. Onilé, a Mãe Terra, é a Senhora do planeta em que vivemos. NANÃ é
a dona da lama que existe no fundo dos lagos e com a qual foi modelado o ser
humano.
EUA é orixá feminino
das fontes, preside o solo sagrado onde repousa os mortos.
OIÁ ou IANSÃ dirige o
vento, as tempestades e a sensualidade feminina. É a Senhora do Raio e soberana
dos espíritos dos mortos, que encaminha para o outro mundo.
OBÁ dirige a correnteza
dos rios e a vida doméstica das mulheres, no contínuo fluxo do cotidiano.
OXUM preside o amor e a
fertilidade, é a dona do ouro e da vaidade e Senhora das Águas Doces.
IEMANJÁ é a Senhora das
Grandes Águas, mãe dos deuses, dos homens e dos peixes. Aquela que rege o
equilíbrio emocional e a loucura, talvez o orixá mais conhecido no Brasil.
É uma das mães
primordiais e está presente em muitos mitos que falam da criação do mundo.
O culto de Iemanjá na
África está associado ao Rio Níger, no âmbito das celebrações as mães
primordiais, as Ia Mi Oxorongá, literalmente, as nossas mães ancestrais, donas
de todo conhecimento, representantes da ancestralidade feminina da humanidade.
Associado ao culto das mães primeiras encontramos duas divindades infantis
muito festejadas no Brasil, os gêmeos Ibejis, os orixás crianças que presidem a
infância e a fraternidade, a duplicidade e o lado infantil dos adultos.
Fonte: Mitologia dos
Orixás. Reginaldo Prandi. Companhia das Letras.
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