domingo, 20 de novembro de 2011

PREPARE SUA CRIANÇA PARA SER CONFIANTE E FIRME

Deixe-a fazer escolhas, apóie suas decisões, leve-a a acreditar na própria capacidade. É assim que ela deve ser educada para enfrentar desafios no futuro.

Lélia Chacon
Aprender a dizer não compreende fazer escolhas, cabe aos pais, como primeiro passo, oferecer alternativas aos filhos. Isso é sempre possível, até para um bebezinho. Não tem hora, por exemplo, que ele decide soltar o peito no meio da mamada, porque quer acompanhar um movimento ou um novo barulhinho! Então respeitar esse desejo, em vez de obrigar o bebê a voltar ao peito, por impaciência ou rigidez, já significa dar opções ao seu filho. E é por aí que se começa, também, a estimular a criança a expressar as próprias vontades, a se comunicar e a dizer o que pensa.
A mesma mensagem pode ser reforçada, um pouco mais tarde, em várias outras situações, como nos momentos de brincadeiras. A peça do quebra-cabeça que seu filho não consegue encaixar, por exemplo, pode provocar lágrimas de frustração. É a oportunidade para você convidá-lo a enfrentar uma situação difícil, mas não comece perguntando o que ele fez de errado, e sim o que saiu errado. Depois, você pode sugerir as alternativas corretas para o encaixe da peça, deixando que ele escolha a melhor e dê a solução ao problema. Assim, uma situação ruim terá sido contornada com sucesso, passando confiança à criança na própria capacidade de fazer boas escolhas e tomar decisões – habilidades fundamentais para dizer não.
Outro fator importante é a tentação para os pais ocupados de fazer as coisas pela criança, porque é mais rápido e fácil. Mas resistir a essa atitude faz toda a diferença na vida de seu filho, pois é fazendo que ele aprende a pensar e a agir. Por isso, quando você não o deixa comer sozinho, não permite que ele escolha a roupa que quer vestir ou se adianta a pegar o brinquedo antes que ele possa alcançá-lo, está simplesmente bloqueando a capacidade de seu filho de pensar e agir. Quando os pais têm paciência e ficam mais na retaguarda, dando apoio e confiança às pequenas iniciativas e escolhas da criança, o resultado é que ela tenderá a pensar e agir de forma mais criativa e, no futuro, conseguirá se afastar da pressão do grupo para tomar decisões mais independentes. Pais mais dispostos a incentivar em vez de coibir, a elogiar em vez de criticar, ensinam o filho a ter bons sentimentos sobre si mesmo e a expor suas idéias com mais segurança.
Pais que sabem ouvir também estimulam a criança a dizer o que pensa. Se o seu filho quer uma informação, por exemplo, pergunte antes o que ele já sabe sobre o assunto. Assim você estimula a conversa e ele aprende que sua opinião tem importância. Nessa ou em qualquer outro tipo de conversação, ouça, preste atenção, não interrompa e, principalmente, não julgue nada até que a criança peça sua opinião. Desse jeito, ela se sentirá mais confortável para tirar dúvidas e até mostrar dificuldades.
Disponibilidade de tempo e “clima” (afetividade) também contribuem para o sucesso dessa comunicação. Com irritação ou afobação, a conversa acaba rapidinho e você só consegue fazer seu filho acreditar que o que ele diz não interessa ou que ele próprio não é importante. Se não há tempo, combine com a criança outra hora para o bate-papo e não esqueça de cumprir o trato. Mas se pode conversar, procure sempre valorizar ao máximo seu pequeno interlocutor – fique na altura dele, olhe em seus olhos, pegue sua mãozinha ou toque em seus ombros se vocês estiverem caminhando juntos. São todos sinais de reconhecimento, que levam a criança a se sentir cada vez mais autorizada a dar opiniões e a expressar sentimentos. São também sinais de afetividade, capazes de ajudar seu filho a ter bons sentimentos sobre si mesmo. E a criança com boa auto-estima tem mais iniciativa, toma decisões com mais confiança e diz não com mais tranqüilidade.
A criança que está maturando bem esses eixos do desenvolvimento:

·    Faz o que é preciso com independência, sem que você fique atrás todas às vezes, repetindo ordens;
·        É capaz de brincar, estudar ou fazer tarefa sozinha, mas, se necessário, pede ajuda sem problema, pois não tem medo de se expor;

·         Cumpre o que diz;
·         Reconhece os erros, sem culpa excessiva sobre si mesma ou nas outras pessoas;
·    Consegue escolher entre várias alternativas a tomar decisões diferentes daquelas comuns da família, dos amigos, da turma ou do professor;
·         Respeita os limites dos pais e as regras sociais;
          Gosta de si mesmo.
Fonte: Psicóloga Clínica Iara Machado, associado à adaptação da Revista Crescer em Família.
Ano 6 – Nº 68. 


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