quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PENSAMENTO & AÇÃO


“A cabeça é um gerador de intenções, que marca a existência na trajetória escolhida para viver.”


João Nunes Maia / Ayrtes

Quando se exercita a vontade estar-se inicialmente potencializando o mundo das idéias, a faculdade do pensar, que mobiliza o campo energético do sentir e daí para a concretização através da ação ou a escolha da inação.
Portanto, a capacidade de articular pensamentos agrega elementos associados ao humano, enquanto ser vivo e portador exclusivo dessas habilidades superiores.
Então, reconheça-se a importância da manifestação humana a partir da maturação do pensamento antes de expressa-lo, pois que a cabeça é um arquivo, onde os olhos, os ouvidos, a boca guardam fatos que o celeiro da consciência cuidará. As memórias são canais perfeitos capazes de reproduzir impressões, sensações e ativar emoções já vivenciadas.
Logo, educar o campo do pensamento com a perspectiva de início na educação doméstica é fundamental para que as crianças e os jovens tenham memórias saudáveis do período da formação da mente. O papel dos pais ou cuidadores diretos da infância é de imprescindível importância para o desenvolvimento de valores, crenças e atitudes comportamentais adequadas à convivência social harmônica. Quando se diz que o exemplo vale mais que palavras, está-se afirmando que o modelo fixado na memória do indivíduo e apreendido como normatização, pela repetição a qual ele (a) foi exposto, caracteriza marcas na personalidade, portanto na conduta e manifestação de caráter posterior.
Associar à faculdade do pensamento a manifestação da afetividade é um trabalho educativo urgente no âmbito familiar, promovendo na infância e juventude a possibilidade de estabelecer uma congruência entre o campo racional (mental) e o campo emocional (afetivo) e assim a atitude ou ação ter um sentido de construção mais do que de desorganização na estrutura do indivíduo. Quanto mais experiências positivas a pessoa agregar aos campos das memórias desde o ventre materno, mais segurança individual, manifestação de poder pessoal e autonomia se estabelecem.
Assim, a palavra chave nesse diálogo é auto-reflexão, contribuindo para perceber o teor, a qualidade do pensamento que emerge e a partir daí avaliar o sentimento e escolher a ação não pelo impulso, não pela reação, e sim pela elaboração de uma congruência maior entre o que se pensa, sente e faz.
Nas famílias, quanto mais os pais investem na coerência dessa triangulação do pensamento, sentimento e ação, mais os filhos se beneficiam da referência parental e daí os frutos comportamentais na família poderão ser mais doces, maduros e saudáveis.

Iara da Silva Machado

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