terça-feira, 21 de dezembro de 2021

SOMATOPSICODIN MICA - SÉTIMO NÍVEL - A PÉLVIS

Iara Machado

Este nível compreende todos os músculos da bacia e os membros inferiores. É preciso lembrar que, assim como os braços estão ligados à cintura escapular, os membros inferiores estão ligados à cintura pélvica. O segmento inferior do tronco delimita uma cavidade visceral na qual se encontram o aparelho de defecção e a maior parte do aparelho urogenital.

A pélvis é constituída por uma cintura óssea fechada embaixo pelo períneo. Sua estrutura óssea é muito resistente, já que ela pode suportar um peso de 250 kg, mas, como o crânio, possui dois pontos fracos, onde as fraturas se localizam: o arco anterior (disjunção da sínfise ilíaca ou da ponta da asa sacra). No entanto, essa cavidade protege muito eficazmente as vísceras.

O conteúdo da bacia é idêntico tanto nos homens quanto nas mulheres no que se refere à parte intestinal e à parte urinária, mas é diferente no que concerne aos órgãos genitais.

Nos homens, se encontra além do reto, da bexiga e de uma parte do ureter, a maior parte das vias espermáticas, a próstata e sua porção da uretra.

Nas mulheres, a cavidade pélvica se apresenta de maneira diferente, pois aí encontramos o útero e os ovários. Esses órgãos têm relação de contiguidade com o peritônio, o que explica a facilidade de reações peritoneais nas mulheres, em consequência de afecções genitais.

Antes de tratar das doenças ditas orgânicas, é necessário dizer algumas palavras sobre a patologia psicodinâmica da pélvis, sem esquecer que os membros inferiores estão ligados a essa zona.

A outra sede do superego, segundo a nossa escola, situa-se nos músculos das coxas, onde não é raro constatar-se um bloqueio dos músculos adutores, chamados “músculos da virgindade”, e isso não apenas nas mulheres, mas também nos homens. Este superego está ligado ao julgamento dos outros.

O bloqueio do sétimo nível é sempre secundário, pois as mensagens culturais sexo-negativas passam pelos receptores dos primeiros níveis, bloqueando-os de modo mais ou menos intensivo.

Em vegetoterapia, o trabalho sobre esse nível situa-se próximo ao final da terapia, quando a maturação caracterial do individuo alcança a situação histérica. A histeria neste caso é a antecâmara da genitalidade.

Esse caráter na vegetoterapia é o mais fácil de tratar, porque o encouraçamento caracterial histérico se apresenta como uma rede de pescar com suas malhas: se pegamos o histérico pela cabeça, ele escapa pela cauda; quando o agarramos pela cauda, ele escapa pela cabeça, mas está na rede!

Neste padrão eles amam tudo que explode vida! Neste padrão há a necessidade de superação de alguns pontos pré-genitais, sobretudo, ancorado na oralidade. (vê segundo nível: Boca).

No histérico há o medo da castração como punição, sua energia bloqueada na pélvis não descarregada pode bloquear a concentração e aplicação nos estudos.

Patologias e alterações no homem e na mulher que ancoram a pélvis estão, via de regra, associadas a elementos histéricos à serem minimizados, de alterações na próstata no homem a síndrome da dismenorreia na mulher podem ser cuidados.

Reich dizia assim: O amor, o trabalho e o conhecimento são as fontes da vida; eles deveriam, também, governá-la!

Fonte: A Somatopsicodinâmica. Federico Navarro. Ed. Summus. São Paulo, 1995.